Foste bater à porta mais uma vez não foi? Tu só querias ver, mas principalmente querias ver-te a ser olhado. Não querias ser tu a chamar… mas há noites mais fracas…
A “outra parte” apareceu em tua casa com a força de sempre
de repente
e olhou para ti.
Tal foi a intensidade deste acontecimento, tal foi a maneira como recebeste esse abraço, a novidade da recordação explosiva, que sem falar perguntaste:
-- Já sabes para onde queres ir?
Ainda que não pelas tuas palavras, perguntaste,
ainda que não com estas palavras, a pergunta foi esta,
depois do tempo tentar esquecer tudo, a pergunta tinha que ser essa…
Como nos filmes, o silêncio do antes, a pausa. Sentiste a “outra parte” a tremer e a pôr mais uma vez tudo em causa,
tudo o que sempre existiu,
tudo o que sempre foi a verdade da outra parte,
tão solida como o chão.
A “outra parte” sussurra…
Continuas a ouvir a “outra parte” a perguntar se a tua mão é real,
se aconteceu mesmo a historia em que o mundo se desdobrou
e vos mostrou um jardim novo,
por outro lado,
na possibilidade de mudar.
Sentiste a “outra parte” mais uma vez cansada,
como já a sabias,
com sede de ti como tu também,
dela.
Sentiste a outra metade a tremer do fundo de onde vinha a voz, do lado longe, a chamar, vinha também a névoa, mas essa é feita de água como o que se escreve... disseste:
-- Afinal existimos mesmo.
Afinal lembras-te
Afinal sentes tudo,
Afinal ouves, ouviste mesmo
afinal tens medo de mim também.
E agora? Agora que sabemos disto outra vez?
Vais adormecer nessa espécie de pântano?
Nesse vapor?
Nesse disfarce?
Na fraca segurança da fraca certeza?
há muito que nunca te chega...
E agora?
Há coisas que não se adiam…
-- Já sabes onde vens?
…Deram as mãos e foram viajar para a Índia.
. QUANDO ME PEDIRAM UM VIDE...
. ...
. "TIAGO NA TOCA e os poeta...
. silêncio
. NOVO ALBUM já em Pré-vend...