Afinal encontrámos o céu
É aqui onde o ar respira o frio da manhã
e o corpo acorda no jardim pela janela
Nestas árvores que fazem a estrada
Nesta estrada onde somos aves
Neste abraço de silêncio
Num campo verde
Cultivado
Fértil
Onde somos terra e criamos coisas
e sabemos tudo
A inocência, de novo, amar
Quase tudo perfeito, amar de novo amar tudo
perfeito
O céu foi aqui nas nuvens
longe
onde nascemos
e voltámos para nascer
na viagem
no encontro
o abrigo nunca vai existir,
a não ser que acredites,
ao mesmo tempo que eu.
Nunca quis estar do lado de quem tem opinião, ou de quem pensa que tem opinião, ou de quem não vive se não a tiver e precisa de a expressar para se validar ou para continuar a convencer-se de que existe. É por isso que não acho assim tanta piada a determinados blogs: como se já não houvessem suficientes opiniões inúteis! Como se não houvessem suficientes opiniões inúteis, aparecem umas pessoas que resolvem criar um espaço cibernético em sua própria honra e dizer como o mundo deve ou não funcionar. E eu pergunto: Porquê? Porque é que de vez em quando vamos fazer pesquisas na net e temos que levar com uns jovens pseudo-qualquer-coisa que falam de temas superiores a eles como se o contrário fosse a realidade? Acho óptimo todos termos direito a nossa opinião, mas há que saber expressa-la com alguma coerência e lógica, sem impingir!! É que há cromos muito cromos!!
Também nunca liguei muito a críticas musicais. Quem são estas pessoas? Não as conhecemos, elas não nos conhecem… mas no entanto teimam em encaixar-nos em caixinhas com etiquetas inventadas por eles, baseadas em modas do “underground” que vêm do estrangeiro. Salvo raras excepções (porque as há) é raro ler uma crítica ou crónica de um concerto meu ou de outrem que me leve a concluir que foi mesmo aquilo que aconteceu. Parece que há sempre qualquer coisa que não bate certo... Uma das razões é obviamente porque alguns dos escribas não vão sequer aos concertos que comentam (e eu já apanhei dois ou três aldrabões destes e um deles até foi a semana passada!). Pergunto: então porquê escolher essa profissão?
Jovem: se és critico musical tens que amar a musica e não é só aquela que gostas. Não tem a ver com informação. Tens que amar a ideia de “existir musica”. Musica não é para quem não sente, ou para quem não está preparado para sentir. Porque há realmente pessoas que não fazem ideia do que é sentir! Existem mesmo pessoas que dia a dia se esquivam do que acham que será a sua condenação, quando no fundo poderá ser a sua libertação… mas isto é outra conversa.
Jovem: a boa música como a arte tem a ver com honestidade, com entrega do corpo e da alma por necessidade. Não tem a ver com a tua opinião, nem com a minha (e há tanto artista que eu abomino), o teu trabalho é testemunhar de forma isenta, um acontecimento imaterial. Eu tenho a noção de que é um trabalho difícil, onde está a fronteira da qualidade? da competência? da tal honestidade? Pois não sei… eu acho que isso são coisas que se notam de corpo limpo, de mente tranquila, de olhos abertos para variedade do mundo. Por outro lado eu não estou do lado da opinião, estou do outro, onde se acredita em utopias.
Jovem: não ligues a nada do que está escrito neste texto. O mundo é um esquema gigante e quadrado e cada um safa-se como pode!
Sorri com ar confiante.
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