Passa o tempo e ficamos apenas com imagens ou emoções que nos ligam aquilo que são as partes mais interessantes nas nossas vidas.
Parece pouco mas acho que o que fica de eterno está para lá das letras, das fotografias ou de qualquer outra solução de arquivo.
Tenho andado sem tempo para me mexer e desde já (isto se alguém me estiver a ler) peço desculpa pela demora no regresso a este blog.
Pouco depois do concerto no Olga de Cadaval, passámos no Centro Cultural do Cartaxo, dia 27 de Outubro.
Foi o primeiro concerto "fora de casa" embora nos tenhamos sentido bem perto.
Fui sozinho a Alenquer, primeiro para fazer uma entrevista, e acabei por ficar retido pela passagem da maratona onde vi passar todo o género de pessoas, familias e animais! Enquanto isto acontecia: eu em cima de um muro a apanhar sol e a ser de novo entrevistado desta vez por telefone.
Cheguei ao Cartaxo a tempo de fazer som, passar por mais uma rádio, tocar duas musicas à guitarra e arrancar para o jantar.
Como já disse, o que nos fica são imagens com mais ou menos côr, dependendo do tipo de emoções associadas, e aqui lembro-me do quadro de um publico contente. Vejo as pessoas a ouvir e a sorrir e nós também. Lembro-me de uma senhora mais velha, a meio da plateia, com um sorrriso enorme que me deu a ideia de termos apanhado de surpresa com este concerto.
Tocámos melhor que em Sintra, o que acho que é normal e espero que aconteça sempre, tocarmos cada vez melhor, cada vez mais unos.
No fim fomos assinar objectos para quem queria objectos assinados. Mais uma vez lembro-me de estarem todos bem dispostos à saida: mandavam-me bocas da varanda do bar cá para baixo e eu retribuia!
Por estarmos tão perto de casa voltamos cada um no seu carro. Obrigado a quem nos foi visitar nesse dia.
Dia 10 de Novembro estava meio engripado e o dia também meio nublado.
Chegámos ao Centro Cultural do Entroncamento eram quase 12:30.
Havia radios para visitar nesse dia, nos arredores, e por isso almoçámos ali perto, para logo depois partir.
De três radios que tinhamos marcadas, por motivos externos a nós, conseguimos fazer uma! Ao menos foi uma boa conversa na Rádio Hertz de Tomar. Gosto quando quem me entrevista não é alguém que não sabe nada de mim e parece que está a fazer o favor de falar com "o artista". Gosto de entrevistas com perguntas diferentes das que me fazem desde sempre, perguntas com fundamento que dão origem a boas conversas, coisa que acontece muito poucas vezes por este pais fora.
De volta ao Entroncamento já quase chovia e entre mais entrevistas fomos fazendo o ensaio de som.
O Camarim era muito frio. Era mais frio que o resto do edificio todo. Acho que foi nesse dia que realmente tomei noção que finalmente tinha começado o Inverno.
Mais uma vez fomos muito bem servidos ao jantar, num restaurante ali ao pé (tenho que começar a tomar nota do nome dos restaurantes e este blog vai acabar por se tornar num guia gastronómico deste nosso país, onde se come tão bem).
A sala tinha três quartos da lotação e pela primeira vez senti que conseguimos viajar. No principio avisei que ia tentar falar menos e dizer menos piadas ao longo do concerto, e resultou. Não só o publico, mas também nós nos concentrámos mais, a musica saiu mais de dentro, tocámos mais juntos e sente-se o público a acompanhar.
Sentimos o espectáculo a crescer!
No dia 17 de Novembro fomos muito bem recebidos em Sobral de Monte agraço. Mal chegámos ao Cine Teatro estava à nossa espera um fantastico catering com presuntos, queijos e especialidades da região. Ficamos logo bem dispostos para o resto do dia e de certeza que tocámos melhor à noite!
Foi dificil perceber o som da sala por ser meio diferente. A Plateia era quase a pique até ao palco – de lá de baixo a vista era quase intimidante. Tinhamos que tocar mais baixinho…
A meio da tarde tivemos a breve visita de uma mãe e filho de Leiria que tinham ganho 2 bilhetes na Radio Comercial.
Lembro-me que estava muito frio, mas um frio que cheirava bem – sabem quando o frio cheira bem e apetece andar na rua com a cara quase a congelar? O caminho para o jantar foi assim.
Jantámos (mais uma vez) muito bem, num restaurante (mais uma vez não anotei o nome!) cheio de gente muito simpatica prestável.
Corri para o Cine Teatro porque já era tarde.
Estávamos com medo que não fosse muita gente porque havia futebol e neste pais o “a bola” é um evento impeditivo de tudo.
No entanto, desta vez, correu bem e a sala estava cheia. Uma plateia que nos acolheu tão bem e nos ouviu com muita atenção.
Começo a perceber que embora nestes concertos a maioria das musicas sejam desconhecidas para um publico mais desatento, acaba por ser um espectáculo facil de interiorizar e acho também que se deve muito à componente estética da produção.
Fiquei com muita vontade de voltar a Sobral.
Tiago Bettencourt
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