Quinta-feira, 27 de Dezembro de 2007

Uma noite no Casino

De onde veio tanta gente?! Estava alerta amarelo! Choviam gatos e cães!!
Como sempre, fomos muito bem recebidos no Casino de Lisboa, por gente muito competente e com vontade de fazer as coisas bem feitas – assim que me dá prazer trabalhar.
Em Novembro de 2006 os Toranja deram o seu ultimo concerto para um Casino cheio e nunca me passou pela cabeça que, um ano depois, com este projecto recém-nascido, iria encher outra vez!

Foi uma grande surpresa e uma noite memorável para nós e espero que também para quem apareceu.
Por estarmos a meio desta digressão de Auditórios, temos o Espectáculo preparado para determinado tipo de palco e, tocar no Casino, com um cenário tão diferente, fez com que tivéssemos de proceder a algumas adaptações.

Construímos o palco por cima do bar central, como já se tinha feito com os Toranja.

Achámos que seria interessante trazer um quarteto de cordas, coisa que nem sempre podemos levar para a estrada. A Mafalda Nascimento, a Sandra Brazão,  a Sandra Martins e a Raquel Cravino ficaram no palco grande (em cima) que serviu, também, para mostrar as projecções e instalar os nossos queridos candeeiros prateados.

O alinhamento seria o mesmo dos Teatros, porque estava a resultar bem e, embora o espaço seja grande, a própria acústica não permite tocar um concerto assim tão maior.

Por este motivo foram-nos dados in-ears (pequenos auscultadores que isolam o som exterior permitindo ouvir apenas o que se está a tocar), aparelho com que eu não simpatizo muito devido às suas características destruidoras da relação banda / público – a verdade é que com in-ears não se ouve grande coisa do que se passa à nossa volta, e eu que dependo muito das reacções de quem me está a ouvir, sinto-me meio perdido, ou então ainda não me habituei.

Desta vez a sorte foi o som no palco, cuja qualidade nos permitiu ver no ensaio que nem eram assim tão necessários os auscultadores, ou seja, eu usei apenas um para referência e o João e o Tiago, nenhum! Estava resolvida a situação.

Durante o jantar havia uma janela onde se via a entrada do casino, e como eu já referi, choviam gatos e cães, coisa que me preocupava até porque a vontade era mostrar o concerto ao maior numero de pessoas possível. Não via muita gente a entrar…
Só no outro dia percebi que tinha que ser eu aprovar os comentários deste blogue. Quando reparei tinha quarenta e tal para ler.

Estou agora a lembrar-me que num deles alguém perguntava o que eu fazia antes dos concertos.
É assim: meia hora antes fui para o camarim. Fiz uns exercícios de respiração que são bons para relaxar todo o organismo, seguidos de mais uns vocalizes para aquecer minimamente a voz antes de entrar. Não vou dizer que sou um perito no assunto porque não sou, mas tenho vindo a perceber o que me faz bem e mal à voz, ou seja, não arrisco muito antes do concerto. No fim disto tudo preciso de silêncio, nem que sejam 20 segundos antes de entrar: pensar no que estou a fazer e para quem o faço…
Quando abriram a porta que dava acesso à sala, reparámos que havia gente por todo o lado! Enchiam os 3 andares por cima do palco circular sem contar com varias centenas à volta do palco. Foi um concerto muito bom para nós. O facto do palco ser circular e de ter pessoas a toda a volta e em cima não permitiu uma grande comunicação com o publico, mas onde estávamos, virados uns para os outros, sentimo-nos dentro de uma redoma cheia de energia que usávamos da melhor forma que soubemos. Tocámos alto e também muito baixinho. As cordas trouxeram uma maior solenidade a certos momentos e mais uma vez adorava ter visto o que o Ruiznho fez (nas luzes) porque toda a gente elogiou também essa parte. Estavam muitos amigos nas mesas que rodavam à volta do palco, o que não deixa de ser extremamente confuso…
Agradeci muito ao publico por ter saido de casa num dia tão chuvoso, tanto que acho que a certa altura roçou a lamechice.
Foi um primeiro concerto em Lisboa que nos deixou muito incentivados para o resto do percurso. Para a frente é o caminho!
Aquele abraço blogueiro.

Boas Festas a todos, se não conseguir escrever mais nada até ao fim do ano!!

 

Tiago Bettencourt

publicado por Tiago Bettencourt às 10:54
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Quarta-feira, 19 de Dezembro de 2007

...

Sabado 8 de Dezembro foi um bom dia.

No Teatro Sá da Bandeira, em Santarém, fizemos, até agora, o nosso melhor concerto.

Pode ter sido pela sala, pelo publico, pelo passeio à tarde, por estarmos todos um bocadinho mais inspirados do que normal…

Há uma coisa que já disse e escrevi noutras ocasiões: acredito que nunca se toca uma musica duas vezes da mesma maneira, que é humanamente impossivel faze-lo e que é esse lado que mais me atrai neste trabalho. Dependemos da nossa parte sensivel, das nossas fraquezas, do que nos comove o suficiente para usarmos o que não sabemos que temos para usar.

Saí antes de almoço e só a breve viagem desde Lisboa num dia de sol de Inverno já deixa descansar.

A primeira paragem foi no Miradouro das Portas do Sol com vista para o rio onde se recebe o vento vindo do outro lado. Passei a ponte para ir almoçar calmamente a Almeirim (só tinha que estar no Teatro para fazer ensaio de som às 17). Uma optima picanha para quem às 15:00 ainda estava em jejum!

Almocei. Quando saí, era uma luz de domingo, aquela luz onde tudo se move mais devagar, no meio da paz, o dia ideal para, a caminho de Santarém, investir pela leziria dentro e ver um pôr do sol sentado na terra a ouvir classicos dos anos oitenta (aquelas baladas do Lionel Richie!!).

A terra em pousio e o carro estacionado na rua estreita, feita de terra nos lados e ervas no meio. Aqui passou rápido o tempo devagar e ao fim da tarde estava um frio que gelava a cara como quem acaba de acordar. Levantei-me, respirámos fundo e fiz marcha atrás na rua estreita demais para inversão de marcha.

Fui ter com a banda e a equipa ao Teatro, para ensaiar. Já não tocávamos juntos, a sério, desde que comecei a minha aventura sozinho pelas onze FNACs do país e sentia-se a crescer no ar um entusiasmo de que não se fala.

Fomos jantar… Nem bem, nem mal, e pagámos à parte a garrafa de vinho branco que não estava incluida no "Menu do pessoal da musica".

A sala estava esgotada enquanto o frio lá fora não dava tréguas.

Tentei aquecer mais ou menos os membros e a voz antes do concerto que começou à hora marcada.

Santarém foi até agora o nosso melhor concerto: não sei se tocámos bem ou mal, sei pelos aplausos que o público gostou, sei que do nosso lado sentimos tudo ao milimetro e que nos divertimos e que foi um concerto quase terapeutico para nós.

Se há concertos que fazem bem à saude e ao espirito, este foi um deles! Um concerto bem disposto (quanto baste) onde tudo vinha duma vontade geral de estarmos ali naquele momento. Cada um de nós, como em todos os concertos, é produto do que nos leva até aos momentos em que nos juntamos em palco à mesma hora.

Da minha parte, sei que sem o meu dia de sol de domingo no Ribatejo não tinha feito o meu papel da mesma meneira. Sem a paz acumulada na leziria com vista para a muralha, estaria mais vazio em palco.

Um dia inspidador para um concerto inspirador.

Muito obrigado pela simpatia e atenção de quem apareceu.

 

Tiago Bettencourt

publicado por Tiago Bettencourt às 11:59
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...

Passa o tempo e ficamos apenas com imagens ou emoções que nos ligam aquilo que são as partes mais interessantes nas nossas vidas.

Parece pouco mas acho que o que fica de eterno está para lá das letras, das fotografias ou de qualquer outra solução de arquivo.

Tenho andado sem tempo para me mexer e desde já (isto se alguém me estiver a ler) peço desculpa pela demora no regresso a este blog.

 
Pouco depois do concerto no Olga de Cadaval, passámos no Centro Cultural do Cartaxo, dia 27 de Outubro.

Foi o primeiro concerto "fora de casa" embora nos tenhamos sentido bem perto.

Fui sozinho a Alenquer, primeiro para fazer uma entrevista, e acabei por ficar retido pela passagem da maratona onde vi passar todo o género de pessoas, familias e animais! Enquanto isto acontecia: eu em cima de um muro a apanhar sol e a ser de novo entrevistado desta vez por telefone.

Cheguei ao Cartaxo a tempo de fazer som, passar por mais uma rádio, tocar duas musicas à guitarra e arrancar para o jantar.

Como já disse, o que nos fica são imagens com mais ou menos côr, dependendo do tipo de emoções associadas, e aqui lembro-me do quadro de um publico contente. Vejo as pessoas a ouvir e a sorrir e nós também. Lembro-me de uma senhora mais velha, a meio da plateia, com um sorrriso enorme que me deu a ideia de termos apanhado de surpresa com este concerto.

Tocámos melhor que em Sintra, o que acho que é normal e espero que aconteça sempre, tocarmos cada vez melhor, cada vez mais unos.

No fim fomos assinar objectos para quem queria objectos assinados. Mais uma vez lembro-me de estarem todos bem dispostos à saida: mandavam-me bocas da varanda do bar cá para baixo e eu retribuia!

Por estarmos tão perto de casa voltamos cada um no seu carro. Obrigado a quem nos foi visitar nesse dia.


Dia 10 de Novembro estava meio engripado e o dia também meio nublado.

Chegámos ao Centro Cultural do Entroncamento eram quase 12:30.

Havia radios para visitar nesse dia, nos arredores, e por isso almoçámos ali perto, para logo depois partir.

De três radios que tinhamos marcadas, por motivos externos a nós, conseguimos fazer uma! Ao menos foi uma boa conversa na Rádio Hertz de Tomar. Gosto quando quem me entrevista não é alguém que não sabe nada de mim e parece que está a fazer o favor de falar com "o artista". Gosto de entrevistas com perguntas diferentes das que me fazem desde sempre, perguntas com fundamento que dão origem a boas conversas, coisa que acontece muito poucas vezes por este pais fora.

De volta ao Entroncamento já quase chovia e entre mais entrevistas fomos fazendo o ensaio de som.

O Camarim era muito frio. Era mais frio que o resto do edificio todo. Acho que foi nesse dia que realmente tomei noção que finalmente tinha começado o Inverno.

Mais uma vez fomos muito bem servidos ao jantar, num restaurante ali ao pé (tenho que começar a tomar nota do nome dos restaurantes e este blog vai acabar por se tornar num guia gastronómico deste nosso país, onde se come tão bem).

A sala tinha três quartos da lotação e pela primeira vez senti que conseguimos viajar. No principio avisei que ia tentar falar menos e dizer menos piadas ao longo do concerto, e resultou. Não só o publico, mas também nós nos concentrámos mais, a musica saiu mais de dentro, tocámos mais juntos e sente-se o público a acompanhar.

Sentimos o espectáculo a crescer!

 

No dia 17 de Novembro fomos muito bem recebidos em Sobral de Monte agraço. Mal chegámos ao Cine Teatro estava à nossa espera um fantastico catering com presuntos, queijos e especialidades da região. Ficamos logo bem dispostos para o resto do dia e de certeza que tocámos melhor à noite!

Foi dificil perceber o som da sala por ser meio diferente. A Plateia era quase a pique até ao palco – de lá de baixo a vista era quase intimidante. Tinhamos que tocar mais baixinho…

A meio da tarde tivemos a breve visita de uma mãe e filho de Leiria que tinham ganho 2 bilhetes na Radio Comercial.

Lembro-me que estava muito frio, mas um frio que cheirava bem – sabem quando o frio cheira bem e apetece andar na rua com a cara quase a congelar? O caminho para o jantar foi assim.

Jantámos (mais uma vez) muito bem, num restaurante (mais uma vez não anotei o nome!) cheio de gente muito simpatica prestável.

Corri para o Cine Teatro porque já era tarde.

Estávamos com medo que não fosse muita gente porque havia futebol e neste pais o “a bola” é um evento impeditivo de tudo.

No entanto, desta vez, correu bem e a sala estava cheia. Uma plateia que nos acolheu tão bem e nos ouviu com muita atenção.

Começo a perceber que embora nestes concertos a maioria das musicas sejam desconhecidas para um publico mais desatento, acaba por ser um espectáculo facil de interiorizar e acho também que se deve muito à componente estética da produção.

Fiquei com muita vontade de voltar a Sobral.

 

Tiago Bettencourt

publicado por Tiago Bettencourt às 10:57
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